O relato de caso clínico contribui para a literatura médica, fornecendo informações valiosas sobre a associação entre púrpura trombocitopênica imune e infecção por citomegalovírus em crianças.
No 4º Simpósio Internacional de Dermatologia Pediátrica realizado recentemente em Porto Alegre- RS, um estudo de caso realizado na Fundação Hospitalar São Lucas conquistou o terceiro lugar. O artigo de relato de caso clínico, escrito pela R2 de pediatria, Dra. Letícia Datore, abordou o tema da Púrpura Trombocitopênica Imune secundária à Infecção por Citomegalovírus.
A paciente em questão era uma bebê de apenas quatro meses, e seu caso se destacou por apresentar sintomas em uma faixa etária atípica em relação à literatura existente. Ela começou a desenvolver petéquias, pequenas manchas vermelhas na pele associadas a distúrbios de coagulação, o que não é comum em crianças tão jovens acometidas pelo citomegalovírus. A equipe médica, composta pelo Dr. Gustavo Maftum, pediatra e coordenador da Pediatria do piso do hospital, Dra. Jessica Santiago, pediatra, Dr. Reginaldo, médico Hematologista, Dra. Paula Fantinatti, Hematologista pediatra, juntamente com a residente de pediatria Dra. Eduarda Zanin e Michelle, a bioquímica responsável pela análise laboratorial, realizou a investigação e conduziu o tratamento.
Após a internação da paciente devido às alterações na pele, exames laboratoriais, como hemograma, revelaram uma redução no número de plaquetas no sangue, o que pode resultar no rompimento de pequenos vasos sanguíneos e no surgimento das petéquias. Além disso, a criança também apresentava sangramento gastrointestinal, o que indicava uma alteração significativa. Durante a investigação, a sorologia revelou uma infecção recente por citomegalovírus. A equipe médica se deparou com uma associação entre a infecção pelo citomegalovírus, a plaquetopenia e o sangramento intestinal, o que representava um quadro de risco para a paciente e atípico para essa faixa etária.
Com base em estudos recentes, decidiu-se pelo uso de imunoglobulina, em vez do antiviral Ganciclovir, como terapia mais indicada para o caso. Durante o estudo, o Dr. Reginaldo, hematologista do hospital, colaborou na análise do esfregaço sanguíneo realizado pela bioquímica Michelle, com o objetivo de verificar possíveis alterações em outras células sanguíneas. A análise confirmou o diagnóstico de Purpura Trombocitopênica Imune secundária à infecção pelo citomegalovírus, uma condição rara, especialmente em crianças com menos de um ano de idade.
A Premiação
A premiação no simpósio foi um momento emocionante para a equipe médica envolvida no estudo de caso. Dra. Letícia Datore expressou sua gratidão pela colaboração multidisciplinar e pela orientação recebida dos profissionais envolvidos, incluindo o Dr. Reginaldo, a Dra. Jessica Santiago, o Dr. Gustavo Maftum, Dra. Paula Fantinatti, Dra. Michele e a Dra. Eduarda Zanin. Ela ressaltou que o congresso proporcionou uma abordagem diferenciada à Dermatopediatria e Hematologia pediátrica, com atualizações importantes sobre casos clínicos.
A conquista do terceiro lugar no simpósio demonstra o impacto do estudo de caso realizado na Fundação Hospitalar São Lucas. A equipe médica enfrentou um desafio diagnóstico complexo, destacando a importância da investigação minuciosa e do trabalho em equipe para o sucesso no tratamento de doenças pediátricas raras. O relato de caso clínico contribui para a literatura médica, fornecendo informações valiosas sobre a associação entre Púrpura Trombocitopênica Imune e infecção por Citomegalovírus em crianças.
Esses avanços na compreensão e no tratamento de condições raras ressaltam a importância da pesquisa e da colaboração entre especialistas para melhorar a saúde e o bem-estar das crianças. A Fundação Hospitalar São Lucas continua a se destacar como uma instituição comprometida com o avanço da medicina pediátrica e o cuidado excepcional aos pacientes.